Expedição Caatinga

Depois de algum tempo afastado, das publicações aqui mas não das atividades de observação de aves, recentemente, para minha alegria, encontrei um local no município de Casa Nova - BA, bastante promissor. Localizado cercado de áreas de agricultura irrigada, a fazenda conta com uma pequena mas preservada área de caatinga, o que fez dela uma verdadeira ilha para a avifauna da região. Lá registramos encontros com espécies raramente avistadas, como esta bela espécie, o saci ou mati-teperê. Seu canto é ouvido com frequência e alguns acreditam que se assemelha a pronuncia da palavra sa-ci. O que deu aorigem a um dos seus nomes comuns.

Também motivo de grande alegria, foi avistar e desta vez poder registrar satisfatoriamente o lendário cancão-de-fogo, mais conhecido pelo Brasil como choró-boi.

Expedição Ornitológica - Floresta Atlântica

É sempre emocionante encontrar uma área preservada da Floresta Atlântica. Foi com esta emoção, com a responsabilidade e o dever de interferir o mínimo possível naquele mundo tão fantástico e poderoso, e ao mesmo tempo tão frágil diante da ação do homem, que partimos para nossa jornada. A mata da RPPN Frei Caneca, em Pernambuco, é a área de Mata Atlântica mais bem preservada do NE. Ao percorrer aquelas trilhas é impossível não se curvar diante da exuberância e beleza daquela mata. O possibilidade de encontrar espécies de reconhecido endemismo (que só existem ali), aumenta ainda mais a emoção da nossa expedição. Foram dois dias e uma noite, entre a vegetação cerrada, nas sombras da mata. 

E por falar em noite, ela traz à floresta a mais absoluta escuridão. Que só foi vencida após o surgimento de uma bela lua crescente. E foi nesta escuridão que saímos à procura do que a noite escondia.

Guiados pela sua vocalização potente, encontramos, abrigado entre as folhas de uma bromélia, este pequeno anfíbio. E foi só uma das muitas criaturinhas a emprestar sua cor às nossas fotografias. Estes não são os únicos pequenos seres a se beneficiarem da proteção das belas bromélias.

Uma grande variedade de aranhas-caranguejeiras, também exibiram suas cores às nossas lentes.

Mas, a luz do dia não nos mostrou coisas menos interessantes. E nos reservou encontros muito gratificantes para compensar o esforço de percorrer as ladeiras no meio da mata. Já nas proximidades do alojamento fomos brindados com a oportunidade de fotografar um simpático, belo e raríssimo beija-flor. O Thalurania watertonii, é uma espécie endemica da Mata Atlântica Nordestina, e encontra-se AMEAÇADA DE EXTINÇÃO, em razão da destruíção do seu habitat muito específico. Registros fotográficos mais recentes só foram obtidos em Pernambuco e Alagoas. Sinto-me honrado, e grato a Deus, pela oportunidade de fotografar esta espécie, e poder mostrar e dizer às minhas filhas: Eu o vi.

Nas trilhas da Mata Atlântica, enquanto caminhamos, a maior parte do tempo com os olhos buscando o alto das árvores, é impossível não ter atenção desviada por pequenos seres alados, que às vezes se confundem com folhas ao vento. São borboletas, nas mais variadas formas, cores e tamanhos, que cruzam nosso caminho a todo instante.

É importante, e urgente, que a sociedade tenha consciência da importância da preservação do que resta deste bioma tão rico em vida, a Floresta Atlântica. E que este entendimento seja mais concreto do que o simples discurso ambientalista.

A Mata Atlântica e suas surpresas

É uma experiência fantástica, para os amantes da natureza, percorrer as trilhas da Mata Atlântica. Além da exuberância da vegetação, um verdadeiro jardim, a fauna que ainda resiste é um espetáculo à parte. É empolgante ver tamanduás, preguiças, serpentes, capivaras, o canto e a beleza dos pássaros. À sombra das grandes árvores perde-se a noção do tempo e o relógio é esquecido. A cada curva, em cada árvore, uma surpresa nos aguarda. Nesta breve estada na Veneza Brasileira, à qual retornarei em breve, foram feitas novas amizades, e reavivadas as antigas mas não menos importantes. E cada um que me guiou, acompanhou, auxiliou trocando informações e expreriências foi importantíssimo para que cada registro fotográfico acontecesse.  Foram conseguidos registros raros para Pernambuco e para o Nordeste, como é o caso da Aramides cajanea, da Mionectes oleagineus e o primeiro registro da Pipra rubrocapila, fora da área da RPPN Frei Caneca, baseado nos dados do www.wikiaves.com.br , site que congrega observadores e ornitólogos amadores e profissionais. Confesso que já sinto um certo sabor de saudade das caminhadas e trilhas que tanta alegria me proporcionaram por estes dias. Cheguei ao ponto de mudar completamente a programação de minha breve viagem, tamanho o magnetismo que exercem, a Mata Atlântica e suas surpresas.

A vida resiste nos manguesais

 Foi com alegria que pude constatar que a vida resiste nos manguesais do meu Recife. Rodeado de amigos, antigos e novos que vamos conhecendo aqui e alí, sem esperar avistei. - Olha!!! Uma saracura-três-potes. Alertei. E me olharam com cara de "como esse cara viu isso?" Lá estava ela à beira d'água, escondida entre as raizes do mangue. Quase invisível, camuflada. Um registro raro e primeiro no estado de pernambuco no site especializado. Um bom troféu para minhas andanças. Mas não foi só. Frangos d'água e seus filhotes, cágados-de-barbicha, anus-pretos, bentevis e beija-flores frequentam o manguesal para se alimentarem e reproduzirem. É a vida resistindo entre o lixo e a irresponsabilidade dos humanos que contaminam o meio ambiente com suas sobras imprestáveis.

 Mas a natureza, sábia e forte, sempre dá um jeito de resistir às interferências. E mostra que o mangue ainda é um berçario da nossa fauna. Espero que a cada dia o homem tome real consciência da importancia de se preservar a natureza.

cágado-de-barbicha

saracura-três-potes

O homem contra o mar

 

A cada dia a vida nos apresenta um desafio. Cada um de nós tem a condição e a força necessária para enfrentá-los. Mas para isso necessitamos de coragem para entendermos e buscarmos esta força dentro de nós. Sabendo que depois das ondas de um mar, que caprichosamente nos quer em terra firme, há um oceano interio de possibilidades. É uma aventura que implica em riscos. Mas não podemos nos dar ao luxo de ficarmos parados na areia, olhando o mar. Depois da nossa luta para vencer a força destas ondas, a recompensa virá.

Má companheira, boa conselheira

A solidão, embora não seja boa companheira, pode ser boa conselheira. Nestes momentos, aproveite para perceber a beleza à sua volta. Tudo aquilo que não via porque sua atenção era exclussividade de alguém. Não se deixe levar pelo impulso de se dedicar, a ponto de esquecer de sí mesmo. Ama-te primeiro! Não permita que seu valor seja negado por ninguém. Acredite nas suas virtudes! O restante, o tempo lhe concederá por mérito.

Quando a chuva passar - por Paula Fernandes

Juntamente com este vídeo, vou deixar aqui uma fotografia que fiz e que me levou à lembrança desta bela canção. Uma estranha intuição me levou a postá-la aqui hoje.